Por Sharon Sevilha
Numa época em que se ousa comemorar o horror que foi a ditadura militar, este é um filme que se faz mais do que necessário: faz-se obrigatório.
Baseados em fatos reais acontecidos durante o governo Médici, a história se passa em 1971. Zuzu é uma estilista que está despontando para o Brasil e para o mundo. Separada e morando no Rio de Janeiro, ela se dedica à sua carreira e aos seus três filhos: Hildegard, Ana Cristina e Stuart Angel, o Tuti.
Stuart era estudante de economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro e era militante do MR8 - Movimento Revolucionário Oito de Outubro. Um dia, Zuzu recebe um telefonema misterioso dizendo que seu filho foi preso. Logo depois, recebe outro telefonema dizendo que ele foi torturado e assassinado na Base do Galeão. É aí que sua agonia começa.
Zuzu vai atrás de todas as autoridades para saber aonde está o filho e todos dizem que ele não foi preso. Munida de provas, ela faz dossiês e começa a espalhar que os estudantes são presos, torturados e assassinados no Brasil.
Um destes dossiês chega às mãos do Senador Edward Kennedy, visto que Stuart tinha nacionalidade americana também e é divulgado nos Estados Unidos. No Brasil, tudo o que Zuzu quer é encontrar o corpo de seu filho, E ela segue protestando de todas as formas que pode, inclusive em sua costura, que de alegre, passa a ter estampas de anjos, de pássaros engaiolados e de cruzes.
Pressentindo que pode ter o mesmo destino do seu filho, ela reúne todos os documentos e entrega ao compositor Chico Buarque, com o aviso: “Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”.
Estrelado por Patrícia Pillar (Zuzu Angel) e Daniel Oliveira (Stuart Angel) e lançado em 2006, o filme continua atual. É pesado, denso e, como já dito, necessário: só assim para a História não se repetir.
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