quarta-feira, 27 de março de 2019

PAUL McCARTNEY - THE FRESHEN UP TOUR, O SHOW


Fotos e resenha por Sharon Sevilha

Falar de um show do Paul McCartney é chover no molhado: é profissional, é ensaiado, é emocionante, leva o público ao delírio e é histórico. Embora seja de perder as contas de quantas vezes o músico veio ao Brasil, cada vez é como se fosse a primeira vez. E é histórico por ele ser um Beatle, um pedaço vivo da História da música. Sem os Beatles, não existiria nem metade do que nós ouvimos e amamos hoje. Duvido que sua banda preferida não cite o quarteto de Liverpool como uma de suas influências.


Nem o sol senegalês, nem a fila que dava voltas a  perder de vista, nem a confusão e o clássico empurra-empurra na hora de entrar e  que assustou até a PM - inutilmente, eles tentavam conter a multidão - depois a correria em busca dos melhores lugares tiraram o brilho e a ânsia do público. Ingressos sold out, estádio lotado à espera do Sir.


O show atrasou uns quinze minutos. Enquanto isso, o telão mostrava - de forma crescente - várias imagens de Paul criança, jovem, com o Quarrymen e outras personalidades, com o Wings e, finalmente, sozinho. Para o público impaciente, aquilo mais parecia o pé de feijão do João, que crescia até o céu e não acabava nunca!

Finalmente, tudo escurece e a banda entra ovacionada. Para muitos, foi a primeira vez. Estádio cheio: de crianças até senhoras com a cabeça toda branca. Uma energia maravilhosa, todos querendo a mesma coisa. E Paul não decepcionou. Desfilou um set de quase três horas e com músicas para a agradar a todos: Coming Up, Hi, Hi, Hi, Back in Brasil (feita para nós, sim) e até a primeira que os Beatles gravaram, da época do Quarryman, In Spirit of All Danger. O público agradeceu a "nossa" música fazendo um flash mob de arrepiar ao soltar balões com as cores da bandeira (que ainda é nossa) durante a canção.


O beatle está em melhor forma do que muitos dos presentes. O tempo parece não passar para ele. E é impressionante seu vigor  que não o deixava parar um minuto: ora baixo ora guitarra ora piano. Seu único esforço aparente foi para falar o português em quase todas as vezes que interagiu com o público - e foram muitas! Paul não faz um show apenas emendando uma música na outra. E podia fazer e seria bom do mesmo jeito, mas ele faz questão de conversar na língua nativa do país onde se apresenta - mesmo que seja "colando" descaradamente!


A banda que o acompanha é outra história! Músicos entrosadíssimos e a surpresa de um conjunto de metais poderosos em algumas canções. Rusty Anderson (guitarra), Brian Ray (guitarra e baixo) e Paul Wix (teclado) se divertem, mas nada se compara ao carisma do baterista Abe Laboriel, que tem seu nome gritado pela multidão quando sai da bateria para dançar. Esse é o seu momento e ele rouba o show e sorrisos
.

Claro que as melhores e mais esperadas são sempre as músicas dos Beatles. Quem não viveu, como eu, sentiu-se inserido na beatlemania. Cantar e chorar a plenos pulmões canções como Something, Love Me Do, From Me To You, A Hard Days Night (música de abertura e que narrou muito bem como o  pessoal que ficou na fila desde cedo estava se sentindo), Let It Be (com o pessoal da arquibancada inteira iluminando o estádio com as lanternas dos celulares), Obladi, Oblada, Lady Madonna, Carry The Weigh, Golden Slumbers, Hey Jude (com o estádio inteiro segurando cartazes escritos "na na na na" no refrão e fazendo um espetáculo à parte) e encerar com a belíssima The End não foi privilégio dos adolescentes dos anos sessenta: foi nosso também. Independente da idade, eternos adolescentes e beatlemaníacos em 2019. Paul não precisa de dinheiro, toca e excursiona pelo mundo por puro prazer. E nós, independente de ser a primeira ou vigésima vez que assistimos ao show também.





E como ele mesmo disse no encerramento, ATÉ A PRÓXIMA!











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