quarta-feira, 27 de março de 2019

HARDCORE FOR LIFE 1

Texto e fotos por Larissa S. Lima


Nesse domingo (24/03) aconteceu em São Paulo o 1º Hardcore for life, organizado pela Deadline Entertainmet, no Carioca Club.

Foram 7 bandas (por ordem de apresentação) :
15h AudioZumbi
16h Sudakah
17h Paura
18h Santa Morte
19h Garotos Podres
20:15 John Wayne
21:20 Ponto Nulo

A maioria das bandas mescla o som do hardcore ao metal, sendo as exceções, a banda Ponto Nulo no Céu, que mescla um som melódico a suas músicas e a banda punk, Garotos Podres. Apesar de contar com nomes de peso nessa primeira edição, o festival teve um público pequeno para o espaço onde foi realizado. Geralmente, a casa de shows utiliza a pista, camarote e um espaço à parte para a venda de merchandising, mas neste caso, apenas a pista foi necessária - talvez por falta de maior divulgação do evento.

Abrindo o festival, a banda Audiozumb, na ativa desde 2010 e com um som que une o Rap ao Metal. Durante o show, por duas vezes - possivelmente uma sobrecarga - fez  que a energia acabasse, o que de forma alguma fez a banda desanimar. Durante as duas pequenas pausas, a banda aproveitou para fazer discursos de luta e mandar sua mensagem.

Em seguida, o metal entrou em cena com Sudakah, Paura e Santa Morte.

Sudakah é uma banda relativamente nova, foi fundada em 2016, mas conta com músicos que já possuem experiência na cena underground. Com uma proposta diferente que chama a atenção, fazem músicas em espanhol, buscando estreitar o laço com bandas sulamericanas. Foi o início de bandas com um som mais pesado no festival, com influência do Trash/Death Metal: mostraram o que estava por vir durante grande parte do festival e entregaram um show de qualidade e intenso. Destaque para dedicatória do show ao pai do guitarrista Christian Rentch, que faleceu poucos dias antes da apresentação. 

Chama atenção o fato de bandas como Paura e Garotos Podres ficarem com seus horários no meio do festival.

A banda Paura, já conta com mais de 24 anos de estrada, turnês internacionais e shows em mais de 20 países, porém tocou às 17h. Conhecida no cenário underground e uma das bandas mais importantes da música extrema sulamericana, fizeram um show relativamente curto, menor do que as outras bandas, mas com o peso e potência de sempre, animando o público.

Santa Morte, iniciou o show logo após e apesar do nome fazendo alusão clara a uma figura sagrada mexicana, a banda faz letras apenas em português. Vinda da periferia de São Paulo, buscam fazer um som retratando sua realidade, incentivaram o público a se animar no bate cabeça e chegaram até a colocar alguns fãs no palco fazendo o bate no próprio palco.

Pouco antes das 18h os Garotos Podres subiram ao palco. Sem dúvida a banda mais conhecida e importante na história do punk e underground nacional que participou do festival: são mais de 30 anos de estrada e reconhecimento internacional. Intercalando clássicos que fazem todo o público cantar junto, Mao fala de História, política, resistência e deixa claro o posicionamento antifascista do Garotos, o que se torna fundamental no momento atual em que vivemos. Os fãs não desanimaram e cantaram o show inteiro, sem exceção. 

O show ainda contou com a participação de Fábio Pradini, vocalista do Paura, durante a canção “Grândola, Vila Morena” - importante canção da Revolução Portuguesa - fazendo todo o público mais uma vez cantar junto a plenos pulmões com os punhos em riste. Fecharam o show ao som de “Papai Noel Velho Batuta” e foi após esse momento que parte do público deixou o local, tornando assim evidente que a casa não estava cheia e que talvez fosse necessário um maior planejamento na ordem do Line Up.

O Metalcore voltou ao palco com John Wayne. com nove anos de estrada, a banda já é conhecida do público e já tocou em grandes festivais nacionais, como o Rock in Rio e Goiânia Noise. Contando com fãs fiéis, animaram os presentes que, inclusive, subiram ao palco para um mosh - a contragosto dos seguranças da casa.

Vale destacar o novo vocalista Guilherme Chaves, que se encaixa perfeitamente à banda, tem presença de palco e a admiração dos fãs. Outro destaque importante é o baterista, Edu Garcia, que teve uma performance incrível.

 Após um intervalo relativamente longo, para fechar a noite, subiu ao palco Ponto Nulo no Céu. Fundada em 2007, a banda vem a cada ano conquistando mais espaço no cenário nacional e já ganharam prêmios de reconhecimento importante no cenário catarinense. Diferente das outras bandas, fazem músicas mais melódicas contrastando com metal. Apesar de que a esta altura do festival já estarem com um público pequeno, eram fãs que cantavam as músicas animadamente e não deixaram a energia cair, assim como os integrantes que fizeram o show com a mesma dedicação.





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