Por Sharon Sevilha
O transatlântico SS Andrea Doria ganhou este nome em homenagem ao Almirante e Príncipe italiano do século XVI, foi construído em Gênova e lançado ao mar pela primeira vez em 1951.
Em julho de 1956, o navio ia de Gênova para Nova Iorque, mas por causa de um nevoeiro intenso, colidiu com o MS Stockholm, afundando em cerca de dez horas. O navio sueco, com casco reforçado para navegar em águas geladas, ajudou no resgate. Ao todo, cinquenta e uma pessoas do Stockholm e 47 do Andrea Doria, que contava com 1134 passageiros e 572 tripulantes a bordo, não "tiveram sorte até demais" e acabaram falecendo. A maioria das mortes se deu na colisão.
A partir desta tragédia, Renato Russo escreveu a belíssima canção com o mesmo nome. Tratando-se de Renato, nada é coincidência. A música parece ser o diálogo de duas pessoas: uma tentando salvar a outra de sua angústia e naufrágio pessoal. A música começa positiva, dando a entender que se pode fazer qualquer coisa, basta acreditar, porém vai ficando triste quando uma das personagens percebe que o mundo não é bem assim.
A triste e poética analogia vem da personagem que se mostra forte e imponente, assim como o navio, mas que pode sucumbir - e sucumbe, de fato - diante de fatos externos e que fogem ao controle.
Andrea Doria afundou. Repousa em uma profundidade de setenta e dois metro no Oceano Atlântico. Nada mais pode atingi-lo.
A letra diz : "nada mais vai me ferir, é que já me acostumei com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei."
No fundo, a mesma coisa.
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