Por
Marcos Maynard
Normalmente, quando se lança um novo
projeto musical, pedimos a um jornalista ou a um escritor para elaborarem um
press release. Porém, desta vez eu mesmo resolvi escrever, já que minha “vida
musical” começou com a Bossa Nova em 1963.
Não perdia um programa “O Fino da
Bossa”, com Elis Regina, Jair Rodrigues, Zimbo Trio, Baden Powell, Vinícius de
Moraes, Paulinho Nogueira e tantos outros grandes artistas.
Em 1975 comecei a trabalhar na
Phonogram como produtor. Um dos meus primeiros trabalhos foi produzir Paulinho
Nogueira. Nessa mesma época conheci Cesar Camargo Mariano, que havia integrado
o Sambalanço Trio nos anos 60 e que fez os arranjos para o disco do “O
Quarteto”, produzido por mim (um grupo vocal que interpretou os grandes
sucessos da Bossa Nova de forma magistral e inovadora).
Nos anos 80, como diretor artístico da
CBS, a Bossa Nova se fez presente novamente em minha vida quando Guilherme
Arantes me apresentou a música “Coisas do Brasil”, escrita em parceria com
Nelson Motta.
Nos anos 90, já como presidente da
Polygram no Brasil, tive um almoço memorável na companhia de Ronaldo Bôscoli, Sergio
Mendes, Tom Jobim, Boni e Max Pierre no restaurante Plataforma 7. A partir dali
comecei a pensar em gravar um projeto musical de Bossa Nova e essa ideia me
acompanhou desde então.
Ano passado, ao assistir a um show do
Toquinho com a participação da Camilla Faustino, percebi que chegara a hora de
concretizar aquele projeto que eu planejava há anos. Decidi que o formato ideal
seria um trio e uma grande intérprete. Por coincidência, uma semana depois fui
apresentado ao Trio Guará. O projeto começava a tomar forma.
Chamei então o produtor musical Luiz
Carlos Maluly, que teve a excelente ideia de colocar o Trio Guará e a Camilla
em um estúdio de ensaio, sem a orientação de nenhum de nós dois. Isso fez com
que da criatividade e entrosamento desses jovens artistas nascesse uma visão
atual desse gênero musical que hoje faz 60 anos.
A gravação, realizada nos Estúdios
Mosh (São Paulo), foi feita sem click, com a Camilla cantando sem sequer um
fone de ouvido - direto, filmado ao vivo. Resultado: a música brasileira revive
na interpretação vocal e instrumental desses 4 talentos.
Dedico esse DVD aos diretores artísticos
com quem tive o prazer de trabalhar e conviver na minha caminhada pelo mundo da
Música: Manolo Calderon (México), Max Pierre, Lia Escobar (EUA), João Augusto, Guto
Campos e Claudio Rabello.
“Bossa Sempre Bossa” é um lançamento Maynard Music já disponível
nas principais plataformas digitais e também em DVD.
>>
Assista o DVD:
>> Ouça o álbum:
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