segunda-feira, 22 de abril de 2019

PORQUE AMAMOS O FANTASMA


Por Sharon Sevilha

O mais antigo dos super-heróis foi criado por Lee Falk, em 1936, como tiras em jornais. Amamos o Fantasma porque, ao contrário dos outros super-heróis, ele não tem super poderes, contando apenas com sua inteligência, força, uma pontaria infalível (ele carregas duas pistolas .45 na cintura) e astúcia para combater o mal. Aliás, este foi o juramento que Christopher Walker fez sobre o crânio de seu pai,  marinheiro britânico, assassinado por piratas em 1538. Foi assim que tudo começou.


Único sobrevivente do naufrágio, ao chegar à costa do país fictício de Bangalla, na África, Chris faz este juramento, e mais: jura que todos os seus primogênitos seguirão o mesmo destino: combater o mal ao redor do mundo.

Muitos quadrinhos do Fantasma narram aventuras dos seus ancestrais. Há, inclusive, um Fantasma mulher. Vivendo na Caverna da Caveira, situada na misteriosa Floresta Negra e cercado por pigmeus Bandar, chegamos aos anos oitenta e ao vigésimo primeiro Fantasma (segundo a linhagem). 

Todos os primogênitos são mandados para estudar fora, na terra natal de suas mães e é desta forma que Christopher - ou apenas Kit - Walker conhece aquela que será sua esposa, Diane Palmer. 

Assim sendo, temos então um panorama do que é a vida do Fantasma e de quem são seus amigos: o líder dos pigmeus, Guran, seu cavalo branco, Herói, seu lobo, Capeto e sua esposa Diana. Como curiosidade, vale acrescentar que ele usa um anel em cada mão: um com a marca da caveira - se você levou um soco com a mão direita, você nunca mais se livrará desta marca, que ficará cicatrizada em seu rosto como uma tatuagem - e o outro, com a marca do bem, na mão esquerda. Diana Palmer usa uma correntinha no pescoço com a marca do bem.


Dentro da Caverna da Caveira, há uma ala onde estão as criptas com todos os antecessores do atual Fantasma enterrados. Também há uma sala onde ficam os livros com as crônicas do Fantasma, pois sempre que ele encerra uma aventura, ele a narra para a posteridade. E há também as salas dos Grandes Tesouros e dos Pequenos Tesouros - presentes que ele e seus antepassados ganharam durante a luta contra o crime. Há desde coroas até incontáveis moedas de ouro. E, no centro da caverna, há o trono do Fantasma.


Também conhecido por amigos e inimigos como "O Espírito Que Anda" ou "O Homem Que Nunca Morre" - justamente pelos mesmos não saberem que o filho ocupa o lugar do pai, em uma edição especial, ele se casa com Diana Palmer e constrói uma casa na árvore para ela logo que ela fica grávida. Perto do fim da gestação, Diana sai de sua terra natal, Nova Iorque, e vem ter os bebês na Caverna da Caveira, enfrentando toda a sorte de perigos nesta aventura. Ela dá ao Fantasmas um casal de gêmeos: Kit e Heloise. Kit será o vigésimo segundo Fantasma da linhagem. Só a esposa e os filhos do Fantasma conhecem seu rosto sempre escondido por uma máscara. Quando ele vai à cidade, ele sempre usa um sobretudo, um chapéu e óculos escuros, apresentando-se como sr. Walker.

Uma última curiosidade: por causa das dificuldades gráficas da época, o uniforme do Fantasma saiu em cores diferentes em alguns países, como azul, na Escandinávia, vermelho, no Brasil, Itália e Espanha, marrom, na Nova Zelândia e roxo, no resto do mundo.

Durante os anos, os quadrinhos foram lançados por diversas editoras, como a Saber e a RGE. Infelizmente, hoje, se você quiser acompanhar as aventuras de um herói que não tem super poderes, mas que deixa o Batman no chinelo, você vai achar apenas em sebos. Vale a penar "garimpar", pois cada revistinha tem uma história completa. Se for no formato de almanaque, pode vir com duas ou três aventuras.

Por favor, só não assista ao filme: é decepcionante e não faz jus ao herói.





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